Em cumprimento ao Calendário Escolar da SEE/MG 2019, nos dias 23 de novembro de 2019, a Escola Estadual Manoel Loureiro realizou a sua Feira de Ciências que, nesse ano, contou com uma dinâmica diferente de organização dos trabalhos do Ensino Médio. Pensando na inserção dos alunos no universo acadêmico, bem como na realidade de trabalho de inúmeras empresas, foram desenvolvidos, de Agosto a Novembro, projetos que tiveram como base o campo da pesquisa e o respeito ao método científico. Tal proposição se deveu à análise feita pelo grupo de professores junto da equipe pedagógica nas formações realizadas em reuniões de módulo II, por meio das quais chegou-se ao entendimento de que o ensino de Ciências nas escolas brasileiras é um desafio para professores e alunos, difícil de ser superado, apesar de se saber que esse é o caminho para o conhecimento científico e a inovação tecnológica no país e que se o Brasil pretende crescer em ciência, tecnologia e inovação, necessita cada vez mais de profissionais despertados por esse norte do ensino. Aliado a esse postulado, vivemos o estigma de que a escola pública é incapaz de produzir pesquisa e gerar conhecimento, atuando apenas como reprodutora de uma sociedade que está posta, desconsiderando a importância da atuação de cada indivíduo nos processos de mudança.
Nessa vertente, o grupo de profissionais da Escola Manoel Loureiro planejou no final do 1º semestre uma proposta de trabalho com culminância na Feira de Ciências que possibilitasse o contato com a pesquisa desde a formulação de seu projeto. Dessa forma, foi possibilitado aos alunos estabelecer áreas de interesse, realizar estudos teóricos, definir problemas, elaborar metodologias e levantar os procedimentos metodológicos cujas técnicas mais se aproximassem da busca por uma resposta, produzindo hipóteses e dados teóricos e estatísticos. Parte da pesquisa bastante relevante foi a possibilidade de experimentarem, ensaiarem e errarem. O erro em nossa proposta de ensino foi tomado como basilar enquanto elemento constitutivo do processo de pesquisa. Como produto final os alunos produziram banneres, na modalidade científica, protótipos e maquetes e tiveram, cada grupo, 15 minutos de apresentação para uma banca avaliadora composta por especialista da área, convidados pela Escola. Os temas pesquisados pelos alunos foram organizados em grandes blocos e versaram sobre Má alimentação e Segurança Alimentar, Sustentabilidade e suas Tecnologias, Crise Ambiental e suas Consequências, Doenças Endêmicas e Rede Hospitalar, Barragens de Rejeito, os Acidentes e suas Estruturas, Termodinâmica, Ótica, Ondas, Gravidade e Som no campo da Física Aplicada. A Escola teve a oportunidade de realizar a avaliação processual em sua concepção mais abrangente, acompanhando todo o processo de pesquisa e produção dos alunos, podendo estabelecer com eles inúmeros momentos de realinhamento das propostas, a partir dos erros, das dúvidas e dos resultados obtidos. Somado a isso, colhemos como positivo a iniciação no universo científico, da pesquisa e da tecnologia. Nessa perspectiva, seguimos acreditando que podemos fazer diferente e que é possível uma escola pública que gere qualidade social.
Autor: Joel dos Santos Pereira